Maior parte dos casais brasileiros que moram juntos não oficializou a relação, diz IBGE
Número de casais que vivem juntos de forma consensual ultrapassa o de casamentos no papel
O IBGE registrou, pela primeira vez na história, um indicador novo sobre o Braisl: a maior parte dos casais que moram juntos não oficializou a relação.
A rotina é puxada. Maria Moreira trabalha com estética. O marido, como motoboy. Eles estão juntos há sete anos e dividem o financiamento da casa onde moram. Os dois têm uma filha e não são casados no papel.
“Ainda não oficializamos, mas é uma união, não deixa de ser uma união, porque a gente mora junto, já formamos a nossa família. Então, agora, só falta oficializar mesmo”, diz Maria Moreira.
É o que o IBGE chama de união consensual: são pessoas que moram com companheiro ou companheira, mas sem o registro civil ou religioso. Pela primeira vez no Brasil, esse tipo de relacionamento passou a ser o mais frequente, superando os casamentos.
O gráfico mostra a evolução desde a década de 1960. No último Censo, em 2022, quase 39% das pessoas com relacionamento viviam uma união consensual. Logo atrás, vinham os casados tanto no civil quanto no religioso. As uniões informais são mais comuns entre casais mais jovens e com menor renda.
“Tem sempre um custo também aliado a isso aí. A redução dos casamentos no religioso também pode ter sido impactada pelo custo de fazer uma união, seja ela no religioso ou no civil, além da maior aceitação pelas uniões consensuais”, afirma Izabel Marri, gerente de demografia do IBGE.
O número de uniões entre pessoas do mesmo sexo aumentou oito vezes desde 2010. Cresceu também o percentual de mulheres solteiras e com filhos e o de famílias em que as mulheres são responsáveis pela casa: quase metade do total.
É o caso da Maria, que nasceu e cresceu em uma comunidade carioca. A renda dela é o principal sustento da casa e espera que, no futuro, a filha não tenha que enfrentar tantas barreiras quanto ela.
“Estou vencendo, com certeza. Estou aí fazendo a minha primeira graduação, tudo com o suor do meu trabalho, e espero que ela realmente tenha mais oportunidades”, diz Maria.
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Censo 2022: 52,6% dos campineiros com 10 anos ou mais vivem em união e 18% já se separaramFONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/11/05/maior-parte-dos-casais-brasileiros-que-dividem-o-mesmo-teto-nao-oficializou-a-relacao-diz-ibge.ghtml